Ana Arruda morreu em 1941, em Pacoti, aos 45 anos. O marido, Ananias, ergueu uma capela para ela. Em Baturité, museu guarda cartas com testemunhos de devoções

Biografia

É uma história de amor, de um devotado católico e de uma santificada. Ana Custódio dos Santos casou-se aos 16 anos, incompletos, com Ananias Abnegado Vasconcelos Arruda, nove anos mais velho. Ananias conheceu Ana num dia e a pediu em casamento na manhã seguinte. Ela era sobrinha do pároco de Baturité, monsenhor Manoel Cândido, e estava em visita à cidade. Dois meses depois casaram. Donaninha morreu de aneurisma quando caminhava com crianças que levava para a catequese. Hoje há uma capelinha e a cruz no local, na estrada entre Guaramiranga e Pacoti. Ela estava hospedada no patronato de Pacoti, enquanto Ananias cumpria agenda de viagens pelo Cariri na data - era o prefeito à época. A morte de Donaninha foi em janeiro de 1941. Um mês depois, passaram a escrever cartas ao viúvo, em reconhecimento a graças alcançadas em pedidos feitos à alma dela. Por pedidos e agradecimentos os mais diversos. Ananias viveu o luto por todos os anos seguintes e morreu em 1980. Há um museu em Baturité sobre a história deles e da família Arruda. As comendas (duas) foram dadas a Ananias pela Santa Sé, por sua devoção religiosa e reconhecimento a trabalhos de ajuda à Igreja.

Das graças e do amor

Foi uma vida curta e intensa, de fé e amor. Donaninha Arruda casou cedo e viveu menos do que o marido Ananias quis. Apesar disso, ele não abriu mão de reverenciá-la até o fim de seus dias. Devotos escreveram em cartas seus testemunhos de preces alcançadas em nome da alma dela

Cláudio Ribeiro (texto) claudioribeiro@opovo.com.br
Júlio Caesar (fotos) juliocaesar@opovo.com.br

Donaninha seguia naquele domingo com um grupo de crianças para a aula de catecismo. Era oito da manhã de 19 de janeiro de 1941. Gostava de ensinar orações e falar da fé cristã aos pequenos. Era reconhecida por sua dedicação e devoção permanente à Igreja Católica. Seu perfil ajudou a moldar sua imagem de santificada e milagreira. O marido, Ananias Arruda, era o prefeito de Baturité. Completariam bodas de pérola naquele ano, por três décadas de casamento. Naquela semana, ele estava em viagem ao Cariri e passaria também por Recife. Ela sempre frequentava o Patronato Imaculada Conceição, em Pacoti, onde se oferecia às lições voluntárias de catequese. Estava hospedada no convento havia alguns dias. A caminhada pela estradinha de calçamento duraria pouco. De um mal súbito, ela morreria em seguida no colo de uma das meninas. Tinha apenas 45 anos de idade.

Maria Francalino da Silva, conhecida como Quitéria, hoje com 88, era aquela menina de dez anos que ouviu quando Donaninha reclamou de estar passando mal. "Tinha um tronco de pau d'arco caído na estrada. Ela sentou-se perto de mim, deu bombonzim a um, a outro, sempre leva para distribuir. Aí ela olhou pra mim, botou a mão no meu pescoço e disse: 'minha fia, eu tô com uma agonia tão grande'. Quando ela disse isso, deitou a cabeça na minha perna. Comecei logo a chorar. Ela não levantou mais", relembra. O aneurisma cerebral foi fulminante. "Me lembro de tudo, parece que foi hoje. Donaninha vivia só pra rezar e ensinar. Era muito dedicada. Em vida, ela já era uma santa", reconhece dona Quitéria.

Mal havia se passado o primeiro mês da morte de Donaninha, e, espontaneamente, amigos, familiares ou mesmo pessoas distantes passaram a enviar cartas para Ananias. Mandavam testemunhos de graças alcançadas, das preces feitas em nome da "Santa Donaninha" e de sua alma. Registros de uma mãe de Fortaleza, sobre o filho curado de dores no fígado e intestino: "pedi a ela que o curasse que eu rezaria todos os dias um Padre Nosso e uma Ave Maria em ação de graças e remeteria um maço de velas para ser aceso no seu túmulo, como já mandei". Uma mulher, "pensando que ia cegar", recorreu à boa alma com preces e comunhões e se sentiu curada. Casos sobre empregos e até sobre a seca daqueles anos. Correspondências entre 1941 e 1943.

No local da morte, hoje trecho da CE-065, entre Pacoti e Guaramiranga, o marido mandou construir, um ano depois, uma cruz e uma capelinha. Hoje são um monumento do patrimônio cultural da região do Maciço. A rodovia atravessa o local da dor e do amor de Ananias. Ele viveu até os 94 anos, mas decidiu que nem a morte os separaria. Pelas quatro décadas seguintes à partida de Donaninha, estendeu seu luto até o fim de seus dias. Além de vestir-se sempre de preto, passou a reverenciar a alma da mulher. Fez diversas homenagens a ela. Ergueu uma capela também onde ela nasceu, em Saboeiro. Guardou roupas, fotos, anotações, imagens sacras, preservou a mobília e todos os pertences dela e deles. Inclusive a carta escrita por ela, de punho, um dia antes de morrer. Donaninha descrevia no texto suas saudades e mandava notícias daqueles dias em que estavam longe um do outro. Foi a despedida não prevista.

O amor de Ana e Ananias foi belo e trágico. Caberia em Guimarães Rosa, Clarice, Rachel ou Machado de Assis. O homem devotado à amada falecida parece obra grega. Foi uma vida a dois com fim e começo precoces. Ananias Abnegado Vasconcelos Arruda, nascido em Sobral, filho de um comerciante de miudezas e estivas de Baturité, conheceu Ana Custódio dos Santos num dia em que ela visitava o tio, monsenhor Manuel Cândido, pároco local. Encantou-se pela moça. Ele também, desde a adolescência, era envolvido em ações da Igreja. Na manhã seguinte, foi à casa paroquial, interrompeu o café do vigário e, sem meios termos, pediu a mão da jovem. Ela aceitou de pronto. Aninha tinha 15 anos, ele era nove anos mais velho. Casaram-se menos de dois meses depois, em 17 de setembro de 1911.

Ananias e Ana Arruda não tiveram filhos biológicos. Em 1921, a viúva Heraclides Monte Comaru, no leito de morte, pediu que o casal assumisse a criação de seus quatro filhos. Então eles tornaram-se os pais de Clodomir, Everton, Rosinha e Luizinha - então com dez, nove, sete e cinco anos, respectivamente. Em 1932, adotaram mais um, Miguel, filho de um irmão viúvo de Ananias. Sobre o amor, a vida e a santidade despretensiosa de Donaninha, e a devoção apaixonada de Ananias, os registros todos estão no Museu Comendador Ananias Arruda, em Baturité, inaugurado em 1986 - quando ele completaria um século de vida. Funciona no casarão que era a residência do casal à época da tragédia.

O álbum reunindo as cartas dos agradecidos de fé em Donaninha está entre as relíquias do museu. Dos escritos mais curiosos, um é de 14 de maio de 1941, remetido do Crato. Traz o relato aflito de um tesoureiro de uma sociedade beneficente. Confessava dificuldades para pagar 1.000 (um conto de réis), que havia tomado do cofre da entidade sem avisar, num empréstimo. Desviou. Pedia a graça especial urgente, não havia sido reeleito para o cargo. Em 13 de agosto do mesmo ano, o homem reescreveu em agradecimento. Porque "foi valido em muito mais do que esperava". Havia conseguido o valor de um amigo poucos dias depois e, em seguida, fora contemplado numa apólice com 5.000 (cinco contos de réis). "Sei que tudo foi conseguido por Donaninha", reverenciou.

Curiosidades

COMENDADOR. Ananias Arruda foi prefeito de Baturité duas vezes, entre 1935 e 1943. O tratamento de comendador veio após dois títulos concedidos pela Santa Sé: Cavaleiro da Ordem Pontifícia de São Silvestre e da Ordem Pontifícia de São Gregório Magno. Honrarias dadas pelo papa Pio XII, em reconhecimento ao seu empenho como cristão.

CASTIDADE. Irmã Rita de Cássia, religiosa filha da Caridade de São Vicente de Paulo e prima legítima de Ananias, afirma que ele e Donaninha, mesmo casados, teriam feito voto de castidade. "Eles fizeram esses votos, sim. Todos sabiam", garante. É uma confidência até hoje comentada, mas um segredo que só os dois poderiam confirmar.

CAPELAPARTICULAR. No casarão da família Arruda funcionou uma capela particular - a primeira do Brasil. Foi autorizada pelo papa Pio XI, como um mérito à religiosidade do casal. O Santíssimo Sacramento era autorizado a estar no oratório. A permissão foi mantida pelos papas seguintes. Ananias podia até dar comunhão, tamanho seu posto de comendador da Santa Sé.

JORNAL. Os testemunhos da fé em Donaninha eram publicados no jornal religioso "A Verdade", fundado por Ananias Arruda. Ele também era fazendeiro e dono de fábrica de cerâmicas. A mulher sempre cuidou de casa e do trabalho voluntário na igreja local. Circulava sempre entre Fortaleza, Baturité e Pacoti.

CORTEJO. O corpo de Donaninha foi sepultado no cemitério São Miguel, em Baturité. O velório foi no casarão, passando pela antiga Igreja do Rosário - demolida. No cortejo, diante de um corredor de coroinhas e religiosos, o caixão foi levado com a tampa aberta pelas ruas da cidade. Ananias sempre sustentando uma das alças.

TOMBADA. A capela de Donaninha, na CE-065, permaneceu vários anos suja pelo lodo e sem restauração por anos seguidos. No início deste semestre, a construção recebeu pintura colorida (também com cinza e vermelho) e foi reformada, num convênio da Prefeitura, dentro do projeto Cores pela Igualdade. O imóvel é tombado pelo patrimônio municipal de Pacoti.

Cartas para Donaninha

O que dizem as correspondências remetidas por agradecidos de pedidos e graças, após terem feito promessas a Donaninha

Um álbum entre as peças do Museu Comendador Ananias Arruda, em Baturité, guarda cartas com pedidos e agradecimentos a Donaninha,por graças alcançadas pela intercessão dela. Foram remetidas de várias partes do Ceará ao viúvo Ananias, já a partir do primeiro mês da morte de sua mulher. Os escritos falam de saúde recuperada, de filhos ou pais, de empregos conquistados, descrevem a dificuldade com a seca no Interior ou mesmo a história de um homem, do Crato, que pede ajuda a "Santa Donaninha", para que ela o ajude a recuperar uma quantia em dinheiro que ele retirou de uma entidade, sem que tivesse avisado à diretoria que fazia parte. E o homem conseguiu "muito mais do que esperava". A seguir, trechos de algumas dessas correspondências, enviadas entre 1941 e 1943. (Cláudio Ribeiro)

Na carta, mulher avisa do envio de dinheiro para ajudar na construção da capela do Pacoti

Saboeiro, 25/11/1942

"Respeitosas saudações, remeto pelo Manoelito a importância de 10 (dez mil réis que é uma esmola para a capela de Donaninha em Pacoti, cuja esmola é em agradecimento de um voto que fiz à alma de Donaninha" (...) "com promessa de rezar todos os dias rezar um mistério do terço a alma de Donaninha".

Outra mulher agradece por melhora na visão

Santo Antônio, 19/12/1942

"Comunico-lhe que tendo me aparecido uma cousa na vista que muito me arrasou, pensando que ia cegar, recorri à boa alma de Donaninha com preces e comunhões e já me sinto curada".

Agradecimentos de melhoras da saúde do filho, de um quadro grave e generalizado e que já vinha demorando e era acompanhado por médicos

Fortaleza, 15/5/1941

"Meu querido Francisco Artur continua sempre sadio, não sentindo cousa alguma, agradecendo a Santa Donaninha esta grande graça. Ele receitou-se com dois médicos (dr Pompeu e Miranda Leão), fez 4 exames de urina, os médicos afirmaram que estava com infiltração no fígado e atacava o intestino, não podia comer nada que lhe fermentava no estômago e logo aparecia no corpo grandes placas de urticária.

No dia 19 de janeiro que faleceu a Santa Donaninha meu querido filho esteve bastante atacado, não podia dormir, coçando-se todo, nem camisa podia vestir. Fazia pena o estado do meu filho; eu na grande aflição lembrei-me que ela foi muito bôa aqui na Terra, só podia estar no céu, então pedi a ela que o curasse que eu rezaria todos os dias 1 Padre Nosso e uma Ave Maria em ação de graças e remeteria um maço de velas para ser aceso no seu túmulo, como já mandei".

(...)

Da Capital, homem valoriza as virtudes religiosas de Donaninha e agradece sobre cura de moléstia persistente

Fortaleza, 29/4/1942:

"Com certeza, já está o senhor ciente de que as inevitáveis virtudes de sua saudosíssima e santa esposa, exma. sra. Donaninha Arruda, chegaram a um grau elevado, para a glória de Deus e de nosso seráfico Pai São Francisco. Satisfeito por pertencer à santa causa seráfica e de ter como irmã lá no Céu, essa virtuosíssima santa que viveu entre nós, até bem pouco tempo(...) agradecer de público intercessão por ela dispensada junto ao Pai Seráfico, obtendo do Bom Deus graça do meu restabelecimento da moléstia que me prostrou por quase três meses".

Homem era tesoureiro de entidade beneficente no Cariri e pede ajuda para pagar dívida. Porque havia retirado quantia em dinheiro sem que tivesse avisado aos demais diretores

Crato, 14/5/1941

"Soube das graças que algumas pessoas têm alcançado por intermédio da alma de Donaninha. E como estou em grande necessidade de alcançar uma graça especial, lembrei-me de me valer da alma de Donaninha, pedindo-lhe que me valha nesta grande necessidade em que me vejo. Eu, porém, pouco ou nenhum merecimento tenho para alcançar de Deus graça tão valiosa. Por isto peço-vos, intercedais por mim junto a Alma de vossa santa esposa, pois sei que as vossas orações vão diretamente ao coração de Deus. Muito em particular confio-vos a causa da minha aflição: há 4 anos sou tesoureiro de uma sociedade beneficente, a qual tem cerca de 800 sócios. Como tivesse necessidade de uma certa importância, tomei por empréstimo à tesouraria, sem o conhecimento do presidente, no intuito de pagar mais adiante, pois tinha como certa a minha reeleição ao cargo, na eleição que se realizou agora, o que não se sucedeu.

Tenho que entregar à tesouraria ao meu substituto no dia 20 deste, e não sabia onde arranjar importância superior a 1.000 (um conto de réis).Agora, porém, estou mais tranquilo, pois sei que Donaninha, que em vida foi tão caridosa, agora que está no céu, se-lo-á ainda mais. Pedindo-vos novamente que intercedaes por mim, firmo-me".

Alguns meses depois, o mesmo homem do Crato agradece em nova carta, por ter conseguido reaver a quantia e até mais do que o pedido feito na intercessão de Donaninha

Crato, 13/8/1941

"Venho hoje apresentar-lhe os meus agradecimentos pelo pedido que, por mim, dirigiu à Donaninha, pois fui valido em muito mais do que esperava. Na minha carta anterior, eu lhe contei a razão da minha aflição. Pois bem, poucos dias depois de haver lhe escrito, arranjei com muita facilidade a importância de que necessitava, para ir pagando da maneira que pudesse. Agora, como naturalmente é do seu conhecimento, a minha apólice da Equitativa foi sorteada com 5.000 (cinco contos de réis). E como sei que tudo foi conseguido por Donaninha a pedido do meu ilustre amigo, venho apresentar-lhe os meus sinceros agradecimentos e por à sua inteira disposição os meus préstimos.

(...) Peço-lhe mandar publicar na "A Verdade" o "agradecimento" junto.

Numa mesma carta, mulher agradece pela saúde do marido e pela dificuldade de pagamento de um maquinário

Mulungu, 30/8/1941

"Declaro a Vossa Senhoria que meu marido achava-se bastante doente em perigo de morte e não podendo consultar a médico, devido dificuldade de transporte no inverno, consegui de Nossa Senhora, por intercessão de Donaninha, melhora rápida pelo que prometi publicar.

Achava-me em atraso proveniente a prestação de uma máquina, recorri a Donaninha que intercedesse por mim e fui atendida saindo-me bem com a fiscalização".

Um parente direto de Ananias agradece a cura da filha e relata saudades

Saboeiro, 19/2/1941

"Nós comungamos todos pela alma dessa santa que nunca jamais esqueceremos. Não levei a Maria Magdalena ao Iguatu porque pedi uma graça a minha querida Donaninha a cura da minha filhinha e como ella é minha mãe amável atendendo ao pedido do seu humilde filho está quase curada. O caroço está diminuindo. Ainda continuo carpindo imorredouras saudades da minha querida mamãe Donaninha, apesar dela estar no céu pedindo graças a Nosso Senhor por mim".

Trecho de carta de uma mulher para o comendador Ananias, descrevendo a dificuldade com o período de estiagem e pedindo a intercessão de Donaninha para solução do drama da seca

"Tenho esta a comunicar-vos que a situação de S. Nicolau este ano está ou vai ficar em extremo de não poder se atravessar aqui, não houve inverno nem para criar legumes nem fazer água, apenas uma enxovada no dia 6 de fevereiro e nisto ficou. Já está-se no sofrimento esperando água nas cacimbinhas calçadas de pedra agora em julho e mais tarde. Alguns tiveram um legume pouco que dá para passar até mais tarde! E outros nada, na penúria do litro, como nós, e outros aqui perdemos o nosso roçado por completo - lugar sem vida - vida sofredoura, meus ordenados com 2 meses sem receber; não vendem aqui um tostão, a não ser o dinheiro caindo. É assim, coronel, vida de sofrer!!"

Mais uma carta relatando melhora de saúde após pedido à alma de Donaninha

Saboeiro, 16/1/1942

"Tenho por fim dizer-lhe que quando eu estive doente aqui em Saboeiro, foram alcançadas duas graças por intermédio de Donaninha, ambas pelo restabelecimento de minha saúde. Em uma noite em que a doença muito se agravou, uma minha sobrinha Cristina recorreu à alma de Donaninha pedindo-a que não desamparasse aqueles filhinhos pequenos e que rogasse a Deus pelo restabelecimento de minha saúde, logo no outro dia comecei a sentir grande melhora, com promessa de eu dar uma esmola para capela de Pacoti, cuja esmola mandarei depois.

Outrossim, um meu tio Sebastião Bastos, depois de já ter feito muitos votos a Donaninha pedindo-a que rogasse a Deus pela minha saúde e com poucas horas achava-me com grande melhora, sentindo-me aliviado de grandes dores, com promessa de eu fazer umas comunhões aplicadas à alma de Donaninha. Essas graças foram alcançadas em julho do ano próximo passado".

Homem conta que se recuperou de problemas nos rins e fígado depois que sua mulher foi à capela de Donaninha, com promessa de missa e distribuição de comida aos pobres

Baturité, 6/5/1942

"Estava eu doente de fígado e muito doente dos rins fui acometido de um grande antraz que me causou grande incômodo chegando a um estado grave sem conseguir melhora do tratamento que tive com vários medicamentos levados de Baturité. Estando já sem recursos para continuar o tratamento, minha senhora foi a Fortaleza e passou pela capela que foi construída na estrada Pacoti-Guaramiranga, no local do falecimento de Donaninha, recorreu a ela, conseguindo eu cura completa, sem tomar depois da promessa de minha senhora qualquer remédio. Em vista da graça que consegui como disse, combinei com o vigário de Santos Dumont a missa pela Donaninha no dia 29 deste e quero que o sr., como marido de Donaninha, a assista e assista também ao almoço que pretendo oferecer aos pobres no mesmo dia, com as esmolas que pretendo angariar para este fim".

Registro de pedido de emprego e vaga conquistada

Saboeiro, 1943

"Milagrosa alma de Donaninha, dai-me a efetivação do emprego do Mundinho, que confio em vossos milagres. Nota: Consegui o emprego, apesar das grandes dificuldades do concurso"

Mulher revela graça alcançada em cura de inflamação pulmonar

Fortaleza, 31/10/1942

"Impelida por um dever de gratidão, cientifico-o, nestas linhas, do grande milagre a mim concedido, por intercessão de sua estimada Donaninha. Encontrava-me eu bastante doente, moléstia esta que tendia a agravar-se. Também minha filha havia se prostrado há semanas, de uma pleurise (pleurisia - inflamação pulmonar). Lembrei-me, então, de recorrer a Donaninha e o fiz com muita fé, no que fui atendida".

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