Editorial

Por Lêda Maria F. Souto
Os anjos anunciaram o nascimento do Deus Menino. Antes, um deles levou a Maria a mensagem "conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus... Depois de pedir explicação diante de sua virgindade e ouvir a resposta do anjo, assegurando-lhe e lhe revelando os "caminhos de Deus" que superam os "nossos caminhos" (CF. LS. 55,9), Maria ouviu o anjo firmando a fé e a esperança para sempre: “Nada é impossível para Deus”. Maria acreditando respondeu: "Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra" (V.38).
 
Nestas revelações, meditamos. Depois, avaliamos o caderno "Natal, Beleza e Poesia", editado pela colunista e buscando entre poetas a linguagem que vem para avivar a fé e a esperança, além da louvação ao Deus Menino.  Comemoramos assim o Natal, também com os nossos apoiadores. Para eles e para todos que reunimos nesta festa, onde saímos das trevas à luz, pedimos graças divinas, e que entre o anúncio dos anjos possamos cantar em coro a grande alegria de sermos, por Ele, amados imensamente, gratuitamente, eternamente, daí a necessidade de sermos solidários.
Feliz Natal! 

Natal de constrate


Natal! Bimbalha o sino! E o povo ainda
parece não cuidar de seu sentido
e vai, de loja em loja, em busca infinda,
comprar presentes, vinho envelhecido...

Natal! Na manjedoura a Criança linda,
nascendo, ergue Seus braços no sentido
do abraço à humanidade e a ela brinda
com a taça do Amor recém-nascido...

Natal! Luzes e enfeites coloridos,
perfumes, ceias... Mas, na estrebaria,
José, Jesus, Maria, entre mugidos...

Natal! Ah... Que contraste! Insanidade!
O menos festejado é O que devia
Ser adorado pela humanidade!
 
Giselda Medeiros 

Natal do senhor

Nem seria preciso dizer,
A vida nos deu o Senhor!
Talvez não nos lembremos disto...
Afinal são tantas as preocupações:
Labores, amores, clamores…

Dádivas divinas esquecidas…
O essencial fica em segundo plano!

“Só Deus basta”, diz Santa Teresa.
Enfim, todos os santos proclamam:
Nada nos afaste do que Ele ensinou!
Hoje também quero declarar:
O Natal deve ser o ano todo. O crucificado
Ressuscitou pra nos dar vida, e vida plena!
 
Olímpio Araújo 

Educação infantil

Toda criança deverá ser amada.
Ao crescer será pessoa generosa.
Os pais poderão ensinar a boa caminhada,
acompanhando para uma vida gloriosa.

Não importa a riqueza material,
felicidade encontra-se na educação.
Criança não é para viver em pedestal,
mostrando, quase sempre, sua duvidosa instrução.

Não importa a classe social,
felicidade encontra-se na educação.
Criança não deverá viver fora da escola,
pior, pedindo a humilhante esmola.

Todos somos responsáveis,
por uma educação eficaz.
A alegria de uma criança educada,
será a garantia de vidas em paz.
 
* Dedico esse poema a uma criança de 2018 anos de idade, chamada Jesus, e filho de Maria.
 
Gonzaga Mota 

Amai-vos uns aos outros... 15:12

Jesus, dá-me inspiração pra falar
do dia em que Belém iluminou 
a terra, com a estrela para anunciar
tua chegada quando o PAI ordenou. 

Foste o filho de DEUS tão esperado
por toda gente de Jerusalém, 
deixaste o rei Herodes transtornado
com a vida de um “REI do além”. 

Fugiste com os teus pais para o Egito
no lombo de um pobre jumentinho
ao ouvires das crianças os gritos
e seus corpos jogados nos caminhos. 

Cresceste e ensinaste aos doutores
das leis mandadas pelo nosso PAI
recebidas por Moisés no Sinai
pra aliviar dos homens suas dores. 

Pregaste a vida inteira o AMOR, 
deste-nos teu sangue pra nos salvar
como um  exemplo que temos que “AMAR
uns aos outros como ELE nos AMOU." 
 
Marcus Fernandes 

Como será o Natal?

Como será o Natal das famílias
que perderam seus familiares
esturricados nas labaredas
do incêndio da Califórnia?

Manda logo, Pai do Céu,
mil trombas d'água para apagar as
chamas em Malibu e adjacências.

Como será o Natal
daqueles que moravam no Morro da
Esperança em Niterói?

Você não podia, Pai do Céu,
ter dado uma mãozinha,
segurando aquela imensa
pedra que ceifou tantas vidas?

Como será o Natal de tantos
familiares de vidas ceifadas
por desentendimentos fúteis,
por balas perdidas?

Você promete, Pai do Céu,
fazer uma assepsia no Planeta, só
com bênção,
não é com mais
acidentes dantescos, viu?

E nos oferecer um 2019 mais
cheio de  luz, de harmonia,
de saúde espiritual e de
paz entre os homens?
Boa noite, Pai do Céu. A ti
entrego as mil súplicas que
me vão no coração,
nestes dias tão conturbados.

"Com Deus me deito,
com Deus me levanto,
com o poder de Deus e do
Espírito Santo. Amém."

Gilmaíse Mendes

A vida é bela

Datas
Meras datas
Associam-se palavras
Em busca de levezas 
Bálsamos
Para apaziguar
Velhas inquietações
Procurar o Natal
Vislumbrar beleza
Nas janelas dos versos
Porta aberta
Para a poesia
Que não consegue
Rimar
Face à agonia
E o desespero
Do poeta de hoje
Tão sem Natal
Tao sem beleza
Ou poesia
Simplesmente 
Para dizer 
Que a vida
É bela! 
 
Paulo Eduardo Mendes
 

Natal

Vinte e cinco de dezembro!
O que a gente comemora?
Eu não sei, eu não me lembro
O sentido foi embora

Dia de trocar presente
Nosso aniversariante
Faz tempo que está ausente
Tem outro representante

O natal agora é isto
Shoppings parecendo céu
Não nos damos conta disto

Consumimos a granel
E o foco que era Cristo
Tornou-se papai noel
 
Francisco Medeiros Torres 

O que importa

Quem liga se no arroz tem passas
Se haverá ricas massas
Ou se o peru é recheado?
O que importa é agradecer
Por partilhar o prazer
De quem está ao nosso lado

Para iluminar a escuridão
Veio ao mundo a luz
O menino Jesus
Para o mundo resgatar
Sua vida nos deu por compaixão
Ao seu pai sempre obedeceu
Para salvar ao grego e ao judeu
Sem com raça ou credo se importar

Com roupas novas ou surradas
Com as mãos postas, levantadas
Peçamos livramento do mal!
Rendamos glórias ao aniversariante
Ao rei da glória triunfante
E desejemos um feliz natal!
 
Michelly Barros  

Presença de Natal

Na manjedoura, 
o Menino Deus, 
Ajoelhados, 
José e Maria. 
Chegam
pastores e Reis Magos
seguindo a estrela guia. 

Anjos flutuam no ar
cantando para o Menino, 
melodias que veem do céu
e falam de Esperança. 

É a instauração do amor,
é uma paz infinita.
É a presença de Deus,
é o Natal que chegou. 
 
Maria Luísa Bomfim
 

O que importa

Quem liga se no arroz tem passas
Se haverá ricas massas
Ou se o peru é recheado?
O que importa é agradecer
Por partilhar o prazer
De quem está ao nosso lado

Para iluminar a escuridão
Veio ao mundo a luz
O menino Jesus
Para o mundo resgatar
Sua vida nos deu por compaixão
Ao seu pai sempre obedeceu
Para salvar ao grego e ao judeu
Sem com raça ou credo se importar

Com roupas novas ou surradas
Com as mãos postas, levantadas
Peçamos livramento do mal!
Rendamos glórias ao aniversariante
Ao rei da glória triunfante
E desejemos um feliz natal!
 
Michelly Barros  

Natal

Vinte e cinco de dezembro!
O que a gente comemora?
Eu não sei, eu não me lembro
O sentido foi embora

Dia de trocar presente
Nosso aniversariante
Faz tempo que está ausente
Tem outro representante

O natal agora é isto
Shoppings parecendo céu
Não nos damos conta disto

Consumimos a granel
E o foco que era Cristo
Tornou-se papai noel
 
Francisco Medeiros Torres 

A vida é bela

Datas
Meras datas
Associam-se palavras
Em busca de levezas 
Bálsamos
Para apaziguar
Velhas inquietações
Procurar o Natal
Vislumbrar beleza
Nas janelas dos versos
Porta aberta
Para a poesia
Que não consegue
Rimar
Face à agonia
E o desespero
Do poeta de hoje
Tão sem Natal
Tao sem beleza
Ou poesia
Simplesmente 
Para dizer 
Que a vida
É bela! 
 
Paulo Eduardo Mendes
 

Mãe Maria

Resplandecente beleza
Que nos deu o Salvador, 
Nosso cordeiro sem mancha, 
Que liberta o pecador. 
Das mulheres preferidas,
Mãe Maria foi escolhida
Por Deus, com muito louvor. 

Modelo de Santidade
E advogada premente, 
Em favor de vosso povo,
Intervém constantemente.
Clamamos vossa bondade
Em prol dessa humanidade
Pra que se faça presente. 
 
Jaildson Correia Barbosa 

Por ser o Amor

Como pôde ser 
E acontecer
Que de repente,
Silenciosamente,
Riscou no céu o aviso
Tão de improviso
Para estranhos atores;
Pobreza sem afagos
Riqueza de magos?

Fluiu o canto divino
Anunciando o Menino!

Como pôde ser
O mundo revirar,
Deus Se encarnar
Em humilhação
Na Sua criação?

Sua Majestade jorrou:
Pôde; quis por ser  O Amor!

Assim
Anunciada outrora;
Enfim
Presentificada agora:
A garantia iluminada
Da Divindade encarnada."
 
Edmar Ribeiro 

A visão da manjedoura

 - Por todos os lados as lâmpadas das ruas tentam ofuscar o brilho das estrelas. E  na falsa luminosidade, muitas vezes exagerada,  vão se apagando meus sonhos de criança, anos idos procurando pelas calçadas das igrejas os Reis Magos, ou o Menino na Gruta de Belém.

Agora, os livros com as histórias, a Bíblia colorida para acompanhar minhas ideias azuis e as janelas das casas com cortininhas de mini lâmpadas já não existem. Minhas caminhadas para encontrar e beijar os pés do Menino Deus, sempre bem-cuidados, são fechadas, e eu guardo apenas os rastros da procura. 

Queria entrar nas igrejas, para ver as bonitas lapinhas  com o Menino, Maria e José e todos os animais repousando sobre a relva. Mas as portas estão fechadas e lá dentro , nem sempre há espaço para o cenário do nascimento. Tudo é confuso. Tudo é descartável, fantasia. As marcas de minhas recordações ocupam, silenciosamente, meu pobre coração que não se convence de não ter luz ou candeia acesa para evitar uma noite de tristeza. E nessa busca de um dezembro de orações, silêncio, de presença do Deus Menino sendo intensamente, anunciada, louvada, vivenciada, ofereço-me a minha morada. E prefiro ficar lá, onde intensifico a meditação da Palavra, como primeiro passo da minha “novena de Natal”. “Quão saborosas são para mim vossas palavras! São mais doces que o mel à minha boca” (Sl.118). 
 
Lêda Maria F. Souto 

Esperança

Natal, tempo de esperança!
Deus da esperança
vem a nós, com tua graça. 
Abre nossos ouvidos
com bonanças.
Nos prepara para o Natal.
a palavra de Deus vivo.
Ensina-nos a amar,
com prioridade.
Jesus Cristo, misericordioso,
Maria tua mãe nos abençoou.
Oh! Deus teu amor maternal,
é grandioso,
é a esperança
de nossa salvação.
Dai-nos força, paz e amor,
mantenha-nos vigilantes
e que possamos 
de coração solidário preparar
e partilhar a vinda do nosso Salvador.
 
Maria Nirvanda Medeiros 

Natal

Mais um Natal que chega, comércio em festas, crianças esperando o Papai Noel. Violências, traições, corrupções, misérias, dissipam-se ou são esquecidas momentaneamente. 

Tantos com tantos e tantos sem tantos.
(realidade até o final dos tempos)

Cores iluminam um arco-íris de intensa luminosidade, refeições suntuosas em profusão. Mas muitos estão com fome. 

E o Menino-Deus nascendo numa gruta de forma humilde, é desapego às coisas, foi sua primeira lição, entrando no mundo como uma criança frágil, vivendo na sociedade de seu tempo, filho de Maria de Nazaré e do carpinteiro José, querendo, evidentemente, desmanchar a montanha de orgulho e do egoísmo, amparado pela simbologia do manto da paz, da justiça, da ternura e da solidariedade. 

“Eu vim para que todas as pessoas tenham vida, e vida em abundância”. 
Nele renasce a esperança e a vida plena!

O Natal é um apelo à vida, a libertação de tudo aquilo que nos impede de viver, de amar, de crescer. O Natal é um convite à adoção desta criança abandonada dentro de cada um de nós mesmos. 

Não deixemos que a rijeza da vida ofusque o brilho da vida e que o Menino-Deus compartilhe de seu amor infinito nos abençoando todos os dias e nos fazendo recomeçar para mais vida dos irmãos oferecer. 

Venturoso Natal!!!
 
João Batista Aguiar Neto 

Tempo mágico

É Natal, noite de luz,
Na terra, nasceu Jesus.
Hinos e cantos ressoam no ar
Esperança divina vem Ele almejar
 
Porém, vem pedindo, acolha o irmão,
Sem esse valor, não há união,
Sua manjedoura repleta de paz,
Fraternidade, alegria, vigor, sempre traz.
 
Acolha o irmão, feliz, tu será,
Roguemos aos céus, mil bênçãos, então,
Um mundo cristão assim o terá
Espirito de amor, saúde e pão,
Dará muito alento, ao seu coração.
 
Louvor ao Menino, em sua missão,
Busquemos a paz, sejamos irmãos,
E assim a esperança presença será,
E um mundo irmanado entre nós reinará. 
Feliz Natal! Feliz viver! Viva o menino Jesus!                         

Elinalva Alves de Oliveira

Acariciando

Quem não acaricia boas lembranças do Natal? Sua alegria e sua música, o espírito de confraternização, o aparente colorido do ar, as luzes, demonstração de generosidade através da entrega de presentes, as iguarias?...

Que marcas ficaram em sua vida, produzidas pelos Natais que passaram? Os da infância, os da juventude? Que tipo de Natal promovemos, hoje, para nossos filhos? 

Nesta época de acentuado consumismo e secularismo, parece que já não se fazem mais Natais como antigamente. Há exploração comercial, a propaganda envolve quase todo mundo numa busca descontrolada de coisas, a grande novidade atual é o “Black Frida”. A incredulidade tirou a manjedoura de Cristo do coração humano.

A terra parece uma hospedaria gigantesca na qual não há lugar para o personagem central do Natal, Cristo Jesus. E sem Ele, o Natal não tem amor, nem carinho, nem compaixão, nem justiça nem piedade. Proliferam o desamor, a indiferença, o egoísmo, a injustiça, o vício, a maldade, a corrupção, a desconfiança, violência e morte.

Mas é preciso resgatar o verdadeiro Natal de Jesus. E isso todos nós podemos fazer em nossa esfera de influência, refletindo, celebrando, promovendo e vivendo o verdadeiro significado desse acontecimento. Seguramente, seremos ajudados nesse processo, se atentarmos para as reações de pessoas que viveram a experiência privilegiada de existir na época do nascimento de Jesus Cristo. 

Se Jesus for recebido no coração, como o presente de Deus, o mundo será melhor. Haverá transformação do coração. Com Ele  nascendo na manjedoura dos nossos corações, o Natal acontecerá todos os dias. 

Feliz Natal!
 
Zinah Alexandrino 

Natal de saudades

Pedaços de nuvens se soltam do céu
Pousam nos galhos nus
E adormecem. 

A noite cobre a rua branca
Repleta de silêncios. 

Dentro das casas, o fogo da lareira, 
A partilha, o amor.
Lá fora, estão meus rastros
Impressos na neve
Que cobre a grama
E esconde saudades.

Vou deixar a janela aberta esta noite!
Pode ser que o vento me traga o cheiro
Da minha gente, da minha terra
De meus amores...
 
Ana Paula Medeiros 

Natal multicetado

Mesa farta: lautíssima.

As iguarias estão lá, mas a família está de dieta. Foi o costume que descortinara tantas delícias para serem apenas postagens via WhatsApp... em relembrete para não haver atraso... daquela não-ceia. 

Mas ainda houve, ufa!, um registro fotográfico da “exuberante mesa posta”... que parara no Instagram. Muitas curtidas obteve!

Logo mais: selfies de rostinhos maquiados em base porcelanada e barbas negras com grife.

Os sorrisos são um garbo e a alvura irretocável daqueles dentes... alertava que eram clientes dos novos procedimentos do famosíssimo...

Presentes repetitivamente caros foram sendo trocados, mas o “repetitivo” inquietou muito o coração de Mária, pois concluíra que poderiam ter sido, pela primeira vez, apenas presentes.

E se perguntava por que receber novamente uma rica pulseira... Já possuía incontáveis! Questionava-se, apreciando do terraço, uma família que passava, ao longe: pai e mãe abrindo sacos de lixo, à procura de itens que pudessem comer ou vender em algum distante “armazém de reciclagem” e seus dois filhos pequeninos, de perninhas a balançar, sentados naquela humílima carroça e indubitavelmente empolgados apreciando a decoração iluminada de anjos e pinheiros natalinos da fachada do elegante Condomínio onde morava.

Eles apreciavam boquiabertos a mudança de cores daqueles “pisca-piscas” e seus olhos, certamente, rutilavam imensamente! Mária pegou-se a pensar no quanto eles ficariam impressionados e contentes com a árvore IMENSA, quase descomunal, do hall de entrada do prédio.

Nem ela havia percebido o quanto estava esplêndida mesmo a decoração daquele ano. Pensara em elogiar o síndico. Quisera descer e conversar com aquela família, mas já não daria tempo. Uma chuva fininha começava a cair e... apressavam o passo.
 
Nádya Gurgel
 

Esperando e fé

O ano venceu os dias
a madrugada anuncia
vencendo as trevas e
um raio de sol anuncia
a esperança gerada na fé.

O tempo venceu os séculos
e a tecnologia anunciou
felicidade pela internet.
O desperdício seca a água,
a humanidade não acha serenidade.

O Natal Feliz está oculto
nas luzes do universo,
nas fitas de um DNA incerto.
Somos todos pequenos demais
para desvendarmos a paz
e frágeis, não reconhecemos
na crença em Deus,
a esperança gerada na fé.

Beatriz Alcântara

Natal do menino rei

O Menino Rei
Nasce a cada instante
Na pobreza
Do nosso irmão

Com o ouro da fé
Com incenso da esperança
Com a mirra da caridade
Façamos nossa adoração

Sirvamos ao Menino
Naquele que tem fome ou sede
Que está nu, doente ou na prisão

Louvemos nosso Rei
O Menino nos foi dado
Para a nossa salvação
 
Luciano Dídimo 

O outro natal

No calor desse Natal 
meninos nus e sujos
não esperam com ansiedade
o trenó com guizos
a deslizar em neves
que nunca verão.
Esperam talvez uma moeda
para o pão ou o cheiro
de cola.
Esperam fugir a tempo
da surra e da morte
e adiar para outro Natal
a mesma sorte.
 
Ângela Gutierrez 
 

Imitação e limitação

O Natal aproxima-se com seu manto brilhante de azul-canção.
Toda a cidade tem pressa, são tantas tarefas, tanto a ser feito, 
imitar a neve com cordões de pipoca e flocos de doce algodão,
imitar Papai Noel a dar bola, boné e bengalinha de confeito,
imitar São José e Mãe Maria em presépio reluzente de tostão.

A cidade tem pressa, são tantas imitações e tantas limitações.
enquanto moradores de rua vislumbram o Natal mais cristão.
É tão lonGa a lista de compras, não há tempo para hesitações.
Quem vai imitar Jesus, ainda sem pousada no nosso coração?
 
Diogo Fontenelle 

Outrora e Hoje

Na manjedoura o advento.abençoado.
Festa de luz nasceu o menino Jesus,
Exemplo de vida símbolo de humildade,
Salve Jesus! O Salvador da humanidade!

É natal,dia sagrado,  festa da cristandade. 
No estábulo, Maria e José, família reunida,
Jesus pelos três Reis Magos é visitado.
Entre mugidos, a força da espiritualidade!


Ao longe ouve-se o  sino  alvisareiro, 
Na  igrejinha branca pendurado,
Repica lembrando aos fiéis a natividade,
A vinda do menino Jesus imaculado. 

Outrora,  famílias reunidas em  confraternização.
Missa do galo, fiéis orando em contrição.
Havia a grande ceia , troca de presentes,
Natal de luz, comemorava os cristãos!

Dezembro mês de celebração natalina.
Céu místico e fagueiro, planger de sinos
Lembrando os velhos tempos de menina,
Unindos pela fé, cristãos abencoados.

Natal de hoje  festejos  modernizados.
Já não se ouve  o tanger do velho  broze abençoado.
Comercialização  de presentes, bebidas,
Viagens, orgias, cidades ornamentadas.
Mas, o sentido do Natal, por muitos, ignorado. 

Resta -nos uma esperança aflorada.
Advinda das novas gerações, 
concientizadas,
Reativarem a fé, o real significado da natividade! 
O Natal voltar a ser como outrora, 
A maior e mais bela festa da cristandade!

Rita Guedes

Mensagem de paz

Jesus olhai
pelas crianças imigrantes
que estão a morrer no Mar Mediterrâneo!
Velai pelas crianças famintas
e abandonadas
que trazem os olhos súplices,
cheios de lágrimas!
Fazei brilhar
a estrela de Belém
nos corações faltos
de graça!
Dai a todos
os desalentados
a certeza de que só Vós trazeis
uma  mensagem de paz
aos corações cansados.
 
Eduardo Fontes 

Entre certezas

- O amor vem...simplesmente invade o coração. Quando eu era apenas um pedacinho de você, você me amou, me deu a vida e me ajudou a seguir. Quando eu era uma menina cheia de sonhos, você também me amou, me ensinando que os sonhos poder ser realizados.
O tempo passou e já não sou mais uma menina, porém continuo sendo um pedaço de você, principalmente quando chegam as festas natalinas e alimentamos a esperança que o Deus Menino poderá fortalecer entre nós a paz que o mundo tanto precisa. Hoje, meu Natal será sem você mas saiba que o amor que lhe fez minha mãe, está aqui comigo, dentro do meu interior. 
Lembro que quando você me olhou ternamente, me dando seu calor materno e seu seio, o amor mãe e filha floriu, multiplicando alegrias. E com o passar do tempo ele aumentou, perpetuou-se. Neste momento preciso lhe dizer, mãe querida que o amor que sinto por você,  está além de tudo que é mais belo para mim. Ele está fortalecendo a minha vida na direção que eu sigo e tal a estrela de Belém, guiando os Reis Magos, ele também  mostra-me o caminho para sempre visitar o Deus Menino, para sempre lhe visitar entre meus dias e recordações.
 
Patrícia Franco 

Vibração

Natal traz esperança e alegria
Para algumas pessoas,
Expectativa sonhos para outros.
Tudo está dentro de nós,
Onde vibra o amor.
Quem sairá ganhando?
Interrogo!
Se partilharmos?
Se trocarmos?

Então troquemos 
E aceitaremos
Os frutos do acolhimento
Também do sofrimento
Para compor a cesta natalina.

A cesta de Natal
Que devemos presentear
Deve compor: generosidade
Solidariedade, compaixão e amor.
Não devemos comprar 
Corações com nossas dádivas, 
Apanhemos, no jardim da esperança,
As nossas flores.
 
Rosa Firmo 

Esperança, jesus

Natal,
Nasce Papai Noel,
Já velhinho, ja barbudo, com roupas marrons,
Depois trocadas por vermelha e branca.
Nasceu na Europa e seu nome é, ali, 
Santa Klaus.

Nasceu, mas quem são seus pais?
Como era seu bercinho?
Nascera dentro de uma fábrica de presentes,

Já nasceu trabalhando,
Filho de um tempo e de uma cultura,
Papai Noel acordou
De um sono que nunca dormiu,
De uma eternidade anterior inexistente.

Papai Noel é um negócio,
É um demonstrativo de que amor
Pode ser trocado por dinheiro, presentes,
É a imagem tosca de que
Todos os esquecimentos durante o ano serão ali, remunerados,
Ou, será, sim uma demonstração de gratidão.

Papai Noel, tomou o lugar do dono da festa.
Muitos são os bonecos na sala,
Nenhuma referência ao Menino Jesus,
Aniversariante do dia,
Presente, este sim, em casas de ricos e pobres,
Palácios e sob os viadutos, casas de muitos,
Feliz Natal, Papai Noel?
Não, não deve ser.
Feliz Natal, Esperança, Jesus,
Pai de todos, reverberação de Deus na Terra,
Para todos, para abastados e paupérrimos,
Alegres e tristes,
Ingênuos e nem tanto,
Para uma só humanidade.

Sérgio Macedo

Velho amigo de infância

Certa manhã, esbarramo-nos no corredor. Foram, ao chão, meu celular e todas as tralhas dele:  luzes pisca-pisca; papai noel que requebra ao som de funk; sininhos a tilintarem por abraços, beijos, chamegos...

 Meu novo vizinho! Naquele 'encontrão de boas-vindas',  pôs sobre mim um profundo olhar... eu olhei para ele com pupilas de "por quês???" Aqueles mais-que-infinitos olhos tinham algo familiar. Fitavam-me firmemente, além da íris das horas e do cristalino das memórias.  E foi, então, que o Tempo tocou-me com delicadas mãos de déjà vu.

- Natal! Natal!!! Há quanto tempo!!! Meu velho amigo de infância!!! - saudei-o, entusiasticamente, chacoalhando sua mão com mãos de criança.

Ora! Como pude esquecê-lo por tantos anos???  Perdemo-nos um ao outro nas múltiplas mudanças de endereço da vida. Natal sorriu placidamente, e vibrando seus sininhos, deu-me um acolhedor abraço. Dentre seus apetrechos, o pião do passado pôs-se a rodopiar. 
 
- Quantas vezes, Natal, papai e mamãe montando o presépio...a ceia de afetos à mesa....a árvore luzindo sonhos. Natal, quantas vezes Natal em meu lar!!!
 
Ele, então, notou que minha porta jazia nua em pleno dezembro... e perguntou-me:
-  Não tiveste tempo ainda de natalizar tua casa? 

 -  Bem... para ser sincera, não foi apenas falta de tempo... .

- Minha amiga! Minha amiga!!! Acender estrelinhas no céu de nosso lar é como chá quente em noite de inverno. Em nossa jornada, por vezes, temos que ir além de nosso estado de espírito.

Na manhã seguinte, ao sair de meu apartamento, dei de ouvidos com sonoras gargalhadas. Eram minhas próprias!!! O motivo para tanto riso? Ora, na porta do vizinho, pendia uma hilariante estrela dourada. Ó, Céus! Onde Natal teria encontrado aquiloooo??? Parecia um acessório da vestimenta de algum super-herói da Marvel. O mais estranho, porém, é que a retrô e cômica estrela à porta, paradoxalmente visionária, cutucava-me de futuro. 

O Natal continuava o mesmo: doce e hilariante...luminoso e profundo!!! Eu é que era outra... e, agora, mais uma vez, eu era uma outra mais!!!

Enquanto pendurava, em minha porta, minha antiga guirlanda de esperanças... o vizinho apareceu e tratou de ajudar-me. Que bom que a vida trouxe de volta o velho amigo de infância!!! 

- Bom dia, vizinho! Feliz Natal, Natal!!!
 
Rita de Cássia Brígido Feitoza 

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Especial Natal, Beleza e Poesia

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