O elo entre Juazeiro do Norte e a fé não deixa dúvida de sua existência: os terços, os passos, a devoção clara e indubitável, exteriorizada por meio da crença em Deus, Jesus Cristo, Nossa Senhora e nos santos, faz do solo da cidade um terreno fértil para os fiéis. A procissão de São Francisco das Chagas é um dos atos religiosos que atestam essas afirmativas.

Reunidas por uma razão maior, milhares de pessoas entre crianças, adolescentes, adultos e idosos caminharam, no último dia 4 de outubro – dia em que ele é celebrado, por mais de duas horas em ruas de Juazeiro do Norte para agradecer "pelas graças alcançadas" a um dos personagens mais venerados do catolicismo.

Nos olhos e passos da multidão massivamente vestida de marrom, a certeza de que a gratidão, naquele momento, era o que movia seus corpos e ajudava a escrever mais uma das histórias de amor que serão contadas à posteridade. As Revistas O POVO estiveram na procissão ocorrida este ano e, em formato de prosa e imagem, retratam neste especial um pouco mais da fé de quem mantém os olhos fitos em São Francisco das Chagas. Boa leitura!

Maria Elza de Brito

66 anos

Pneumonia, joelho doente para ser amputado, problema nos olhos que quase que me tira a possibilidade de enxergar... Não são poucos os problemas que aconteceram comigo e com a minha família e que Jesus e São Francisco nos fizeram superar. Essas são as palavras de Maria Elza de Brito para justificar sua fé em Jesus Cristo e em São Francisco das Chagas. "Tudo o que eu peço com fé alcanço".

Francisco Rogério Sampaio

42 anos

"Já passei por muitas situações de doença na família. Uma delas foi com a minha mãe. Ela tinha diabetes e estava com uma ferida na perna. Fiz uma promessa para São Francisco das Chagas e ela ficou curada", relembra Francisco Rogério, vestido tal qual um franciscano.

Elias Alves

75 anos

Sorridente, o devoto Elias Alves, que diz ser, há pelo menos 40 anos, admirador de São Francisco das Chagas revela: "Eu já passei foi um ano sem andar, dependendo de uma muleta. E hoje estou aqui feliz e cheio de histórias de fé para contar".

Maria do Carmo de Andrade

77 anos

"Diante de tanta coisa, tanta dor, minha fé em Jesus Cristo, em São Francisco e em Nossa Senhora das Dores nunca me abandonou. E eles nunca me abandonaram", diz Maria do Carmo, de 77 anos.

Cezina Gomes e Maria de Lourdes da Conceição

82 e 67 anos

"Amigas de igreja", Cezina Gomes e Maria de Lourdes caminharam de braços dados por quase toda procissão.

Tânia Pereira

33 anos

Se durante sua vida alguém perguntar à pequena Maria Eduarda quando teve início sua história de fé, ela poderá dizer "aos 16 dias de vida". Nos braços da mãe, Tânia Pereira, a bebê pagara promessa por sua chegada ao mundo.

Há quem encontre o caminho da devoção em imagens de santos.

Por tradição, a missa que antecede a procissão é a que encerra os festejos de devoção a São Francisco das Chagas.