Conhecer, trabalhar, atender às demandas da sociedade. Estes são alguns valores que o ensino superior proporciona. Conheça agora as vantagens de ter uma graduação no currículo.
Por Larissa Viegas
"Indispensável". Em uma palavra, Andrey Lima, diretor executivo da Faculdade Ari de Sá, define a importância de se ter uma graduação. "A conclusão de uma graduação é um dos fatores mais relevantes para uma melhoria considerável do poder aquisitivo de uma pessoa. Existem casos, como nas engenharias, que o profissional tem seu salário multiplicado em até quatro vezes. Isto acontece em quase todas as áreas do conhecimento", afirma.
O ingresso no mercado de trabalho também é citado por Manuel Messias de Sousa, reitor do Centro Universitário Católica de Quixadá (Unicatólica), assim como o incentivo ao crescimento do mercado local. "A ciência e a tecnologia constituem as principais fontes de respostas às demandas da sociedade", completa Eduardo Neto, diretor geral da Faculdade Vale do Jaguaribe (FVJ).
Além do diploma e das maiores oportunidades de emprego, Cláudio de Albuquerque Marques, pró-reitor de Graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC), destaca outros elementos: a vivência que um curso de faculdade ou universidade proporciona e o desenvolvimento em diversas áreas do conhecimento. "Não só o conhecimento técnico, mas holístico. Espera-se que estes estudantes se tornem profissionais mais conscientes dos grandes problemas da nossa sociedade, com senso crítico mais aguçado e responsabilidade social, pois trabalhamos com diversos temas transversais, como cidadania, meio ambiente e direitos humanos."
Fernanda Denardin, diretora acadêmico-administrativa da Faculdade Farias Brito, completa afirmando que a competitividade do mercado e a disputa por vagas é cada vez mais acirrada, conquistando o lugar no mercado quem melhor se qualifica. Além disso, o pensamento hoje deve ir além da graduação, abordando também a pós-graduação. “Neste caso, é fundamental que se busque um ensino de qualidade como um diferencial acadêmico em sua formação. Essa escolha é determinante no futuro profissional dos alunos."
Novas Classes
Os alunos de classes e grupos sociais em ascensão econômica formam o perfil dos alunos que ingressam na FVJ. “Muitos deles são os primeiros ou únicos membros da família a conseguir cursar uma graduação”, afirma Neto. Já Lima completa, afirmando que eles são alunos egressos do ensino médio, entre 17 e 24 anos e jovens que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por mais de uma vez, acessando o ensino superior depois de dois ou três anos.
Tal perfil citado por Neto também é visto no ingresso de estudantes nas universidades federais. Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), realizada em 2011, 44% desses estudantes pertencem às classes C, D e E. O estudo ainda ressalta que esse percentual cresce significativamente para as regiões Norte (69%) e Nordeste (52%). Em paralelo, os estudantes da classe A perfazem 15%, com maior concentração na região Centro-Oeste (22%). Em contrapartida, a região Norte tem apenas 6,3% de estudantes da classe A.
Tanto a Faculdade Farias Brito quanto a Faculdade de Tecnologia do Nordeste (Fatene) recebem, além dos que recentemente concluíram o ensino médio, alguns em sua segunda graduação ou retornando a outro curso. "Este segundo grupo tem crescido muito, gerando a adequação das propostas curriculares das instituições de ensino superior, com o objetivo de atendê-los", completa Fernanda. A diretora acadêmica da Fatene, Mariete Lima, completa: "Temos também pessoas que já atuam no mercado e buscam melhorar seus conhecimentos."
Um novo mundo
"A faculdade oferece uma visão de mundo, fundamentos e bases científicas, aprendemos a aprender e a oferecer melhores soluções para a sociedade", diz o diretor geral da FVJ. Para o diretor executivo da Faculdade Ari de Sá, é na faculdade que os alunos têm acesso a conhecimentos teóricos e práticos, apresentados de forma estruturada.
E Lima alerta: "É possível que alguém consiga desenvolver todas as competências e habilidades necessárias para atuar na sua profissão sem ter estudado formalmente em uma instituição, mas certamente ela levará um tempo bem maior para isso. A faculdade ainda é a melhor forma de se desenvolver ótimos profissionais".
Lista de motivos
O Guia de Faculdades listou alguns motivos para apostar no ensino superior:
Oportunidade de ressignificar o mundo, transformar ideias e se preparar para melhor colaborar com o desenvolvimento das pessoas;
Contribuir e ajudar no desenvolvimento da sociedade e do lugar que vive;
Qualificar-se na área que deseja atuar;
Preparar-se para o mercado de trabalho;
Formação teórica e prática com a mesma profundidade na área de interesse;
Realização pessoal;
Possibilidade de receber um maior retorno financeiro.
Os caminhos
Além da formação técnica, Cláudio de Albuquerque Marques, pró-reitor de Graduação da UFC, diz que o estudante de uma universidade tem a possibilidade de se envolver em outras atividades dentro de um modelo de formação curricular já estabelecido, como extensão, pesquisa e ensino. Conheça cada um:
Extensão: proporciona um envolvimento mais direto com a sociedade, transmitindo e aplicando os conhecimentos gerados dentro da universidade.
Pesquisa: estes projetos possibilitam o trabalho com pesquisadores e cientistas já renomados, se preparando e adquirindo experiências para futuramente serem pesquisadores e conduzirem pesquisas.
Ensino: por meio de programas de monitoria, com estudantes sendo orientados e trabalhando em parceria com professores para desenvolver habilidades docentes.
O ensino superior no Ceará
Com mais de 250 mil estudantes universitários, as instituições de ensino do Ceará estenderam-se para o interior, oferecendo mais oportunidade para os jovens
Por Janaína Flor
O ensino superior no Ceará descentralizou-se da capital e hoje está em polos também no interior do Estado. Além das instituições particulares, as universidades federais e estaduais também ganharam braços com diferentes cursos, oferecendo mais oportunidades para o universitário cearense e aumentando o número de jovens que alcançam o ensino superior.
De acordo com o Censo da Educação Superior 2014, do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Anísio Teixeira (Inep), o Ceará tem 258.103 estudantes universitários regularmente matriculados em instituições públicas e privadas. Ao todo, são oferecidos 249 cursos diferentes, em 44 municípios do interior do Estado e também na capital. O curso com maior número de matriculados do Estado é o Direito da Universidade de Fortaleza (Unifor), com 7.425 alunos.
As faculdades à distância estão em 41 cidades do Estado, e as presenciais têm prédios de funcionamento em 32 cidades. Logo, algumas cidades têm tanto a instituição à distância, como a instituição presencial. Mesmo que as cidades do interior estejam se tornando polos, Fortaleza ainda é a cidade com mais opções de cursos e universidades, somando 63 instituições de ensino superior (presenciais e à distância).
A Universidade Federal do Ceará (UFC) é, desde que o processo de seleção migrou para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), uma das mais procuradas do País. Em 2015, foi a segunda mais procurada, com 160.474 inscrições, ficando atrás apenas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Polos do Interior
Manuel Messias de Sousa, reitor do Centro Universitário Católica de Quixadá (Unicatólica), comenta que embora o número de estudantes que entram na faculdade por programas como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) tenha diminuído em 2015, a Católica de Quixadá teve crescimento, se comparado ao ano de 2014, de 15% no número de alunos. A instituição, no interior do Ceará, tem 3.500 alunos na graduação e 350 alunos na pós-graduação, e tem estudantes de 110 municípios cearenses.
Quixadá, junto com Quixeramobim, são as duas principais cidades do polo universitário formado no Sertão Central. Juntos, os dois municípios têm 12 instituições. A Católica de Quixadá oferece 19 cursos de graduação, inclusive na área da saúde, como Odontologia, e nove cursos de pós-graduação.
Outros polos no interior que atraem inclusive estudantes de Fortaleza são Sobral, na Região Norte, que tem 12 instituições, e a Região do Cariri, com Juazeiro do Norte e Crato, somando 17 universidades e faculdades. A Universidade Regional do Cariri (Urca) é a primeira fora da capital na lista dos cursos mais escolhidos. O curso de Ciências Econômicas é o 17º da lista, e tem 1.453 matriculados.
Rumo ao ensino superior
Vários são os caminhos que podem ser percorridos para se alcançar a tão sonhada graduação. Você sabe quais são eles?
Seja pública ou particular a instituição, o ingresso nas instituições de ensino superior pode seguir por diferentes caminhos, adequados ao perfil de aluno. Veja abaixo as possibilidades de trajetos até a graduação:
Vestibular tradicional
Uma prova de conhecimentos gerais é realizada, juntamente com outra de redação e a seleção é feita a partir da pontuação atingida. Aqueles com pontuações mais altas são aprovados de acordo com a quantidade de vagas para cada curso.
O vestibular tradicional pode ser feito por pessoas que, pelo menos, tenham terminado o ensino médio.
Enem
Ao terminar o ensino médio, os estudantes precisam passar por uma avaliação aplicada pelo Ministério da Educação (MEC), o Enem.
Cerca de 125 instituições de ensino superior públicas em todo o País usam a nota no Exame como forma de selecionar os ingressantes. Algumas instituições de ensino particulares também usam o Enem.
Além dos recém-egressos do nível médio, qualquer pessoa pode fazer a prova e utilizar a nota para tentar uma vaga em universidades.
Enem com Fies
É possível utilizar a nota do Enem para pleitear um empréstimo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do Ministério da Educação que financia cursos superiores.
Tanto alunos do ensino público quanto do particular podem pleitear o financiamento, que cobre de 30% a 100% do valor da mensalidade, a depender do curso e da instituição de ensino superior.
É preciso ter renda familiar mensal bruta, por pessoa, de até dois salários mínimos e meio. É preciso também que ele tenha participado de alguma das edições do Enem a partir de 2010 e obtido nota mínima de 450 pontos e nota na redação superior a zero.
Depois de formado, o aluno tem até 18 meses para começar a pagar o empréstimo.
Enem com Prouni
Estudantes que concluíram o ensino médio em escolas públicas ou que foram bolsistas ao longo de todo o período podem utilizar a nota do Enem para tentar uma vaga no Programa Universidade para Todos (Prouni), do MEC.
Para isso, basta atingir 450 pontos na média das notas e nota na redação que não seja zero.
É preciso ter renda familiar bruta mensal de até um salário mínimo e meio por pessoa para as bolsas integrais. Para as bolsas parciais (50%), a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa. Pessoas com deficiência ou professores efetivos da rede pública de ensino também podem concorrer.
Escolha entre os maiores
Oferecendo mais estabilidade e campo de atuação, alguns cursos de graduação têm se destacado nas instituições de ensino superior.
Por Daniel Costa
No Brasil, muitas são as graduações oferecidas pelas faculdades públicas e particulares. Mas existem cursos que são mais desejados do que outros. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2014, as áreas que tiveram mais alunos matriculados foram Direito, com 810 mil, Administração, com 800 mil, e Pedagogia, com 650 mil.
No caso de Direito, se comparado aos dados do Inep de 2009, o número aumentou, aproximadamente, em 25%. Já em relação ao curso de Administração, se analisado no mesmo período, o volume cresceu em 12%. Enquanto Pedagogia, apesar de estar em terceiro lugar, o curso conquistou progresso de 27% na quantidade de alunos matriculados.
Em Fortaleza, conforme Andrey Lima, diretor executivo da Faculdade Ari de Sá, os alunos pré-universitários têm optado muito por Direito. "O curso continua sendo o maior e o mais procurado do Brasil. Acredito que as oportunidades no serviço púbico continuam mantendo as matrículas em Direito", ressalta.
Além dessa graduação, Andrey conta que os cursos relacionados à área da saúde também vêm sendo bastante procurados. "Há alguns semestres temos observado um crescimento dos cursos de saúde, como: psicologia, nutrição, enfermagem, fisioterapia e educação física. Provavelmente o crescimento desses cursos seja impulsionado por essa onda que vivemos de uma maior atenção com a saúde e com o bem-estar", revela.
No interior do Ceará
Não muito diferente da realidade de Fortaleza, as instituições de ensino superior do interior do Estado também têm constatado crescimento de alguns cursos. Na Faculdade do Vale do Jaguaribe (FVJ), localizada em Aracati, as graduações de Direito e da área de saúde vêm se mostrando bastantes atrativas para os alunos. “Os cursos de saúde, como Farmácia e Nutrição, sempre tiveram muita demanda,” revela Eduardo Neto Moreira, diretor geral da FVJ.
Outra região do Ceará que vive esse fenômeno é Quixadá. "Nós avaliamos que os alunos da região têm bastante interesse nos cursos relacionado à área de saúde, como Odontologia e Psicologia. Isso acontece porque eles vêm mais possibilidades de mercado de atuação", esclarece Manuel Messias de Sousa, reitor do Centro Universitário Católica de Quixadá (Unicatólica).