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O Projeto Grandes Empresas Cearenses é uma série de documentários que conta a história econômica do Estado através de suas empresas símbolos. Os programas narram as trajetórias empresariais de grandes marcas do mercado local e nacional.
O Projeto Grandes Empresas Cearenses é uma série de documentários que conta a história econômica do Estado através de suas empresas símbolos. Os programas narram as trajetórias empresariais de grandes marcas do mercado local e nacional.
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CARMEHIL
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Orquestra infanto-juvenil transforma o cotidiano de crianças e adolescentes através da música em São Gonçalo do Amarante
Por Ana Beatriz CaldasAlém de planejar e analisar o impacto de seus produtos e serviços na vida dos usuários, também é papel essencial das empresas do setor privado auxiliar no desenvolvimento sustentável das comunidades onde estão localizadas. Cada vez mais, a preocupação com ações de responsabilidade social empresarial tem se tornado mais forte em entidades de médio e grande porte, que investem parte de seus recursos em iniciativas de educação, arte e esporte em todo o País, capacitando pessoas e realizando sonhos.
Seguindo esse preceito, e com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes de São Gonçalo do Amarante, a UTE Pecém tem realizado uma série de ações voltadas para o desenvolvimento artístico e profissional da comunidade de Várzea Redonda, distrito do município, através do Instituto EDP. Dentre elas, uma tem feito sucesso particular entre os participantes: a Orquestra Infantojuvenil de São Gonçalo do Amarante, núcleo de formação musical da Orquestra Contemporânea Brasileira (OCB), também apoiada pela entidade.
Atualmente, a atividade atende 100 crianças e adolescentes do município, com idade entre sete e 16 anos, e também possui turmas em Fortaleza e Pindoretama. “Nós acreditamos que a música pode transformar vidas. Essas crianças estão em situação de extrema vulnerabilidade e, provavelmente, jamais teriam acesso a esses instrumentos e à oportunidade de aprender a tocá-los. A arte ocupa um espaço vazio e faz com que elas possam navegar em um mundo desconhecido”, explica a analista de Responsabilidade Social da EDP, Danielle Araújo.
Promover capacitação educacional e profissional para a juventude através do contato com a arte ameniza fatores que contribuem para o reforço de estigma, reduzindo índices de desigualdade social e criminalidade, e são ações que podem reverberar positivamente no cotidiano de toda a comunidade. Para Danielle, esse deve ser um dos principais pilares de empresas que se instalam em áreas vulneráveis. “A empresa não se desenvolve sozinha. Se ela não tiver em um ambiente em que a comunidade está se desenvolvendo bem, a empresa não está crescendo, só acumulando riqueza”, ressalta.
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Valores educacionais multidisciplinares
Durante as aulas de violino, contrabaixo, viola e violoncelo, que ocorrem duas vezes por semana em uma igreja da comunidade de Várzea Redonda, os alunos da Orquestra Infantojuvenil de São Gonçalo do Amarante também aprendem a ter disciplina, a se dedicar mais para obter resultados e reforçar o foco nos estudos, valores compartilhados com toda a comunidade e que podem fazer diferença no futuro de dezenas de famílias.
O projeto, que está no segundo ano consecutivo na cidade, tem apoio da Lei Rouanet e é coordenado pelo maestro Arley França, que trabalha com projetos sociais que ensinam música a crianças e jovens há mais de 20 anos. Tudo começou quando Arley se envolveu com a área através de um projeto social em Fortaleza ainda adolescente.
“A oportunidade que eu tive foi a primeira porta para trabalhar com música e veio a determinar tudo o que aconteceria profissionalmente na minha vida. Essa experiência me tornou uma pessoa diferente e me fez querer transformar a vida das pessoas”, conta.
Os professores do projeto, músicos profissionais de alto nível, são responsáveis pelas três horas de aula semanais de cada aluno. Segundo Arley, uma das principais funções da orquestra é tirar os alunos da ociosidade, conhecendo uma nova cultura.
“Tenho raízes em São Gonçalo e soube dessa comunidade a 30 km da cidade com várias crianças ociosas, sem nenhuma oportunidade ou acesso. Quando fui lá e conheci as crianças, senti a mesma coisa que senti quando pensei em começar meu primeiro projeto, que elas precisavam de um projeto que mudasse suas trajetórias”, completa.
Aprendizado musical
A curiosidade pelos instrumentos diferentes foi, inclusive, o motivo pelo qual Marcelle Martins, de 14 anos, resolveu participar do projeto. Para ela, a orquestra foi a oportunidade perfeita para descobrir um mundo novo – além da prática do instrumento, ela pontua que os passeios feitos com os membros da orquestra são sua parte favorita do processo do aprendizado musical. “A música me transformou em uma pessoa mais calma e atenciosa. Através dela, consigo expressar os meus sentimentos”, afirma a garota, que pretende seguir trabalhando com arte.
Apesar de muitas crianças e jovens terem interesse em uma carreira profissional como músicos, para participar da orquestra é necessário investir também na educação formal básica. Para garantir o direito à educação a todos, os alunos devem estar matriculados em uma escola e cultivar boas notas. Além disso, durante a prática musical, valores que auxiliam a formação escolar – e, futuramente, profissional – são repassados às crianças de maneira multidisciplinar, operando no lado emocional e cognitivo.
“Uma criança que estuda música potencializa uma inteligência múltipla, facilitando o aprendizado de línguas estrangeiras e conhecendo muito sobre cultura, de uma maneira geral, e sobre o contexto social, cultural e político da construção de cada música. O nosso projeto, na realidade, é de transformação social. A música é apenas uma ferramenta”, pontua.