Editorais

Bienal de encontros e de sensações

Vejo pela frente dias incríveis. Dias pra ouvir e pra contar. Pra se admirar, descobrir, constatar. A XII Bienal Internacional do Livro do Ceará, que este ano tem como tema “Cada pessoa um livro; o mundo, uma biblioteca”, chega despertando sensações, individuais e coletivas.

Serão dias para ouvir o sotaque português afetuoso do Valter Hugo Mãe. Para se encantar pela força feminina da Conceição Evaristo. Para recitar um poema do Affonso Romano de Sant’Anna. Dias para abrir um sorriso orgulhoso diante da sabedoria dos Mestres da Cultura do Ceará e do talento de tantos autores que estarão reunidos no evento.

Sim, serão dias de emoção para os amantes da leitura, e de grandes oportunidades para quem deseja começar a viajar pelo mundo encantador dos livros.

Neste caderno, adiantamos um pouco do que você poderá encontrar na Bienal e indicamos algumas sugestões para tornar sua experiência por aqui mais rica.

É só deixar-se envolver. E aproveitar!

CINTHIA MEDEIROS
Editora-executiva de Cultura e Entretenimento

Como tirar o máximo proveito de uma bienal

Uma Bienal Internacional do Livro pode ser um momento ímpar para você se esbaldar com experiências culturais. A seguir um guia básico para explorar o evento:
1. Informe-se sobre a programação antes de traçar um plano.
2. Marque o que é imperdível:
palestra com autores preferidos, programação para os filhos, eventos paralelos, lançamentos.
3. Faça uma agenda a partir dos seus horários disponíveis.
4. Na hora de comprar livro, pense na sua biblioteca. Evite o descartável. Compre o que é bom para ler e reler.
5. Explore os stands. Quem procura, acha publicações incríveis.
6. Aventure-se ouvindo autores de quem nunca ouviu falar. Às vezes uma boa descoberta vale por uma bienal inteira.
7. Vá pronto para ter múltiplas experiências e com a mente aberta.
8. Mesmo estando com a turma, crie circuitos particulares. Outra oportunidade dessas só daqui a dois anos.

REGINA RIBEIRO
Jornalista e Editora-executiva da Fundação Demócrito Rocha 

Literatura além dos livros

Por Marina Solon

Livros carregam consigo histórias. Mas não apenas eles. Boas narrativas também podem ser feitas em postais, fanzines, plataformas digitais e até serem grafadas em objetos como garrafas e copos. É a literatura que vai além dos livros, mas que também cumpre o papel primordial de trazer junto de si um enredo e que desperta no leitor sentimentos e sentidos.

A artista Fernanda Meireles é uma dessas escritoras que escreve em livros, mas não se restringe a eles. Apesar de ter participado de algumas antologias de crônicas no formato tradicional do livro, ela conta que seu objetivo enquanto artista é quebrar a barreira entre autor e leitor e tirar a literatura do pedestal. “Há uma diferença entre expressão e comunicação, ambas ligadas à literatura. Um livro não dá conta do tipo de relação que eu quero ter com leitores. Desejo ver meus textos em suportes mais ágeis”.

Além dos livros, Fernanda entrega seu trabalho em fanzines - uma espécie de revista artesanal produzida em pequenas tiragens-, em cartões-postais e também em objetos tais como garrafas e quadros decorativos. “Tento sintetizar narrativas, paisagens emocionais que se aproximam de poemas. Flechas. Fabrico flechas e torço para que atravessem pessoas e suas histórias, para que se transformem em pontes”, explica.

Fernanda Meireles é um dos nomes confirmados na Bienal para debater a transcendência da literatura do objeto livro. Ela estará presente em debates e também em oficinas de fanzines.

Vislumbrar a literatura para além do livro é ampliar o alcance das histórias e também uma forma de mantê-las vivas. A artista Ângela Escudeiro, que conta histórias por meio de teatro de bonecos, diz que a arte além do livro permite levar narrativas a todos os lugares e alcançar os mais diversos perfis de leitores, desde aqueles que sentem a história antes de ter entendimento dela, como é o caso das crianças.

A programação da Bienal traz ainda a literatura repassada por meio das tradições. Momentos como as Rodas de Saberes com Mestres e Mestras da Cultura colocarão ao alcance dos leitores histórias contadas em letras de músicas e manifestações culturais tais como o reisado e a poesia popular.

Outros momentos de contato do público com a literatura fora dos livros serão exposições, saraus, recitais, shows musicais, performances e transmissões de produções audiovisuais voltadas ao tema da literatura.

PROGRAMAÇÃO ALÉM DOS LIVROS

Confira alguns destaques da bienal que unem literatura a outras linguagens artística

RODAS DE SABERES COM MESTRES E MESTRAS DA CULTURA - “O corpo é uma festa; o coração, um templo sagrado” com Mestre Aldenir (Reisado - Crato) e Mestre Zé Pio (Reisado - Fortaleza) às 16 horas do dia 15/4 no Auditório Principal

SARAU POÉTICO COM SAMARA GARCIA às 10 horas do dia 18/4 na Sala 3 - Mezanino 2

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA “ADJOKÊ E AS PALAVRAS QUE ATRAVESSAM O MAR” COM PATRÍCIA MATOS às 15 horas do dia 15/4 na Sala 5 - Mezanino 1

FANZINE DA BIENAL COM FERNANDA MEIRELES às 9h30min do dia 16/4 - Sala 8
IMAGENS E OBRAS: VÍDEOS SOBRE CHICO BUARQUE DIALOGADOS POR THIAGO CHAVES às 14 horas do dia 17/4 no Pavilhão Térreo

AULA ESPETÁCULO SOBRE CLARICE LISPECTOR COM RICARDO GUILHERME às 17 horas do dia 17/4 na Sala 2 -Mezanino 1

SHOW DE CANTIGAS E ROMANCES COM EUGÊNIO LEANDRO E BANDA às 21 horas do dia 21/4 no Auditório Principal

APRESENTAÇÃO COSPLAY LITERÁRIO às 20 horas do dia 21/4 na Sala 9 - Mezanino 2. 

A afetividade de Valter Hugo Mêe

Pela primeira vez em fortaleza, o escritor português apresenta ao público sua prosa poêtica

VALTER HUGO MÃE. Escritor português é o principal nome internacional da XII Bienal Internacional do Livro do Ceará

A prosa de Valter Hugo Mãe não passa despercebida. O escritor português, principal nome da XII Bienal Internacional do Ceará, se destaca na literatura por unir impecavelmente temas ásperos tais como solidão, memória e morte dentro de uma narrativa delicada e precisa. O tom afetuoso das histórias é orquestrado de maneira a arrebatar e cativar sem se aproximar da pieguice. A escrita de Mãe marca o leitor e o convida à reflexão.

O autor estará presente na programação da Bienal em três momentos. No sábado, 15/4, às 20 horas na Sala 1 - Mezanino 1, ele palestrará sobre o tema “Somos todos filhos de mil homens e de mil livros”. Já no domingo, 16/4, a partir das 16 horas, ele debaterá com o escritor pernambucano Marcelino Freire o tema “Romances de pai, escritas de mãe”. O encontro ocorrerá na Sala 1 - Mezanino 2. Na segunda-feira, 17/4, o português ainda participará da programação da “Bienal fora da Bienal” visitando a tribo dos índios Anacé, em Caucaia. Todos os momentos têm acesso gratuito e estão sujeitos a lotação.

Valter Hugo Mãe tem como característica mais marcante uma narrativa em tom emocionado. Na escrita e na fala o escritor português costuma comover o público e não raro o levar às lágrimas.

Um dos seus mais notáveis admiradores foi o autor José Saramago, que chegou a dizer que ler os livros de Mãe era como assistir a um novo parto da língua portuguesa.

Inovador, entre 2004 e 2010 Mãe se fez notar também pela forma. Publicou quatro romances grafados inteiramente em letras minúsculas. Inclusive a assinatura do autor era escrita desta forma. No entanto, foi além. Deixou as minúsculas no passado, incorporou a escrita formal e solidificou a carga afetiva de suas histórias.

Fenômeno de vendas no Brasil e querido do público e da crítica há pelo menos seis anos, Mãe visita Fortaleza pela primeira vez. O escritor tem sete romances publicados e dois grandes prêmios na bagagem - venceu o Prêmio José Saramago em 2007 e o Portugal Telecom em 2012.

Para ver

15/4 - sábado - 20 horas
Sala 1 - Mezanino 1
Valter Hugo Mãe com mediação de Cleudene Aragão - Somos todos filhos de mil pessoas e de mil livros

16/4 - domingo - 16 horas
Sala 1 - Mezanino 2
Marcelino Freire e Valter Hugo Mãe - Romances do pai, escritas da mãe

HOMENS IMPRUDENTEMENTE POÉTICOS

Editora Biblioteca Azul
192 páginas

Este é o sétimo e mais recente romance de Valter Hugo Mãe. Ambientado no Japão, o livro traz a história de inimizade entre os vizinhos Ítalo e Saburro para tratar do tema do convívio, da morte e do suicídio a partir da visão e dos valores orientais.

Estante

O NOSSO REINO

Editora 34
168 páginas
A MÁQUINA DE FAZER ESPANHÓIS

Editora Biblioteca Azul
256 páginas

O FILHO DE MIL HOMENS

Editora Biblioteca Azul
224 páginas

A DESUMANIZAÇÃO

Editora Biblioteca Azul
192 páginas

A mulher em destaque na literatura de Paulina Chiziane

Primeira escritora moçambicana a publicar um romance, Paulina Chiziane traz à bienal debates com foco na força do feminino

PAULINA CHIZIANE é a primeira moçambicana a publicar um romance

Paulina Chiziane escreve de forma a quebrar tabus e romper silêncios. Primeira mulher moçambicana a publicar um romance, ela se vale de uma escrita enérgica e subversiva para denunciar as contradições sociais de seu país. Faz da literatura apelo político e desnuda o cenário de opressão feminina que ocorre tradicionalmente em Moçambique. As histórias de Chiziane são espaços para que seu povo reflita sobre si e descubra uma realidade social mais livre.

Seus personagens são em sua maioria mulheres e as histórias que narra ultrapassam os limites religiosos e as imposições sociais ao povo moçambicano. As mulheres na ficção de Chiziane são ousadas e desafiam os costumes.

Seu livro mais polêmico é Niketche - Uma história de poligamia, publicado no Brasil pela Companhia das Letras. A obra traça um panorama de libertação social de uma mulher traída pelo marido. A obra ganhou edições mundo afora e venceu, em 2003, o Prêmio José Craveirinha, a condecoração literária mais importante de Moçambique.

As mulheres na ficção de Chiziane são inquietas e desafiam os costumes

Paulina Chiziane tem nove livros publicados e se dedica a literatura há mais de 20 anos. Iniciou sua carreira em 1984 publicando contos na imprensa moçambicana e teve seu primeiro romance, Balada de Amor ao Vento, lançado em 1990.

A autora participará da programação da Bienal em três momentos: no dia 16, em um diálogo com a escritora Ana Miranda; no dia 18, em um debate sobre mulheres africanas; e no dia 19 de abril, em programação da “Bienal Fora da Bienal”, quando irá até a Unilab para um diálogo sobre mulheres, literatura
e resistência.

Para ver

Dia 16/4 - domingo - 20 horas - Sala 1 - Mezanino 2
Paulina Chiziane em diálogo com Ana Miranda - Mundos femininos, palavras universais

Dia 18/4 - terça-feira - 18 horas- Sala 6 - Mezanino 2
Paulina Chiziane e Tania Lima - Letra de
mulher, novas páginas - Áfricas e Mulheres: substantivos plurais

Estante

Niketche - Uma história de poligamia

Editora Companhia das Letras
336 páginas
 

O introspecto João Tordo

Autor português desembarca em fortaleza pela primeira vez com livros sobre solidão e silêncio

JOÃO TORDO. Escritor português vem a Fortaleza pela primeira vez

Há uma introspecção instigante na literatura de João Tordo. O autor português de 42 anos destaca-se por construir uma narrativa onde o silêncio se impõe. Desenvolve seus personagens com base no recolhimento e na introversão enquanto a voz narrativa traça um cenário de ambiguidade. Não há respostas fáceis nas histórias de Tordo, mas ele preocupa-se em fazer-se compreensível ao leitor.

O escritor desembarca em Fortaleza pela primeira vez para participar da XII Bienal Internacional do Livro do Ceará em um diálogo sobre a literatura do incômodo. Sua participação será no dia 20/4, às 18 horas, e terá mediação da autora cearense Tércia Montenegro.

A marca mais notável da literatura de Tordo é o desenvolvimento de suas histórias de forma a tornar a leitura uma experiência de transformação. Descortina espaços de consciência pouco visitados, incomoda a ponto de provocar até raiva. Para Tordo, bons livros são como pequenos terremotos.

Com nove romances publicados, João Tordo venceu, em 2009, o Prêmio José Saramago

Suas obras mais recentes, O luto de Elias Gro e O paraíso segundo Lars D, publicados no Brasil pela editora Companhia das Letras, contam a história de um escritor sexagenário que perdeu a vontade de escrever. Narrados pela esposa do escritor dentro de um cenário de distanciamento emocional imposto pelo fim do casamento dos dois, a intenção da obra é refletir sobre as temáticas da solidão e do recomeço. O par de livros compõe as duas primeiras partes de uma trilogia que tem final prometido para o ano que vem.

Com nove romances publicados, João Tordo venceu em 2009 o Prêmio José Saramago com o livro As três vidas.

Plural, além de se dedicar à literatura, João Tordo também é contrabaixista da banda The Loafing Heroes e cronista de jornais portugueses.

Seus livros estão publicados em diversos países, incluindo França, Itália e Brasil.

Para ver

Tércia Montenegro em diálogo com João Tordo - O mundo está mais propício à literatura do incômodo?

DIA 20/4 - 18 horas - Sala 1 -Mezanino 2

Estante

O luto de Elias Gro

Editora Companhia
das Letras
328 páginas

O Paraíso
segundo Lars D

Editora Companhia
das Letras
216 páginas 

Para ler as mulheres

Autoras dos mais diferentes perfis trazem à bienal as inquietações e expectativas da produção feminina na literatura

A escritora Natércia Pontes participará de debate sobre contos. DIVULGAÇÃO

A literatura produzida por mulheres vem avançando a passos largos e ocupando espaços cada vez maiores no cenário literário brasileiro.

Produzindo ficção ou não, as autoras contam histórias que não se restringem ao que socialmente se impõe como interesse literário do público feminino e ultrapassam a limitação do termo “literatura feminina”. As mulheres têm escrito para um segmento cada vez maior, mais plural e intelectualmente mais exigente.

A filósofa Márcia Tiburi, que dividirá debate na Bienal com o jornalista Leonardo Sakamoto no próximo dia 22, questiona se existe uma escrita produzida por mulheres voltada especificamente para mulheres leitoras. “Os homens sempre escreveram para mulheres historicamente. Porque são elas que mais leem literatura, logo são um público disputado”, pondera.

A jornalista Eliane Brum acredita que a escrita é uma forma de romper os silêncios impostos às mulheres há séculos. “Acho que cada mulher pode contar sua história também relatando os assédios e abusos que sofreu desde criança. É uma longa série de violências que vão também dando contorno ao que somos”, diz. Brum dividirá debate com o escritor Lira Neto dia 17.

A filósofa Márcia Tiburi dividirá debate com Leonardo Sakamoto. DIVULGAÇÃO

Esta movimentação coletiva de mulheres para extinguir situações de silêncio é um dos principais fatores de crescimento da produção literária das mulheres atualmente.

A escritora Natércia Pontes avalia que o Brasil vive um bom momento na produção literária feminina. “Acho que estamos num momento glorioso, embora ainda tenhamos muito chão pela frente. Tem muita gente legal escrevendo e cada vez mais vejo a profissão do escritor ser respeitada como uma profissão”. Natércia estará na programação da Bienal dialogando sobre contos no dia 21.

As mulheres e o debate em torno do feminino serão destaque em diversos momentos na programação da Bienal. Os diálogos e palestras contemplarão os mais diversos perfis intelectuais femininos e trarão temas que vão desde a literatura ao papel social da mulher.

MARY DEL PRIORE

Historiadora e professora estará em debate dia 18 às 20 horas na Sala 1 - Mezanino 2

ADELAIDE GONÇALVES

Historiadora estará em debate dia 19, a partir das 20 horas, na Sala 1 - Mezanino 1

NATÉRCIA ROCHA

Escritora estará em debate dia 21, às 16 horas na Sala 1 -Mezanino 2

CONCEIÇÃO EVARISTO

Escritora estará em debate dia 20 às 20 horas na Sala 1 -Mezanino 2

Histórias para pequenos leitores

A Bienal traz uma programação especialmente voltada ao público infantil que conta com a presença de escritores, ilustradores e artistas de teatro

O ilustrador André Neves estará na Bienal. ACERVO PESSOAL

A programação da XII Bienal Internacional do Livro do Ceará reservou diversos espaços àqueles que talvez nem sequer saibam juntar perfeitamente as palavras em uma frase e atribuí-la sentido. Durante os dez dias de evento, crianças de diversas idades terão à disposição múltiplas atividades lúdicas de estímulo à leitura.

Para além dos livros infantis a serem vendidos na feira, elas poderão participar de contações de histórias, vivências circenses, espetáculos musicais, teatro de bonecos e oficinas.

Com objetivo de entrar no universo infantil de forma recreativa, as narrativas textuais e visuais estarão juntas de forma a estimular o imaginário e permitir às crianças se sentirem parte das histórias contadas.

A artista Ângela Escudeiro, um dos nomes confirmados da programação infantil da Bienal, explica que tanto a literatura quanto as artes voltadas para crianças fazem parte de um vasto universo onde o real e o imaginário andam de mãos dadas. Neste universo as narrativas são contadas de forma divertida e atraente para gerar encantamento nos pequenos leitores.

Para Ângela as crianças são sábios inocentes. “Elas aprendem na brincadeira. Não questionam se as situações da história que está sendo contada são reais ou não. Para elas é tudo real”. A artista participará da Bienal com o espetáculo Mau Pensamento, uma montagem de teatro de bonecos que tem como foco o incentivo à leitura.

Já o escritor infantil e ilustrador André Neves, outro nome também confirmado na programação, conta que, na literatura para crianças, as imagens mesclam-se com as palavras durante a construção da história e que, neste universo, não há limitações na linguagem. Ele afirma que as construções textuais e visuais precisam ser de fácil compreensão sem, todavia, subestimar ou limitar os leitores. Para ele o universo infantil é ilimitado e oferece diversas possibilidades de transmissão de histórias e ideias.

DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO

Selecionamos algumas atividades para os pequenos aproveitarem os dias de bienal.

ESPETÁCULO VACA LELÉ

Estrelado pela Companhia Bandeira das Artes. Ocorre no dia 14, às 17horas, na Sala 5/6 - Mezanino 1

MARACATU INFANTIL

Encenado pelo tradicional grupo Nação Fortaleza, o maracatu infantil vai ser apresentado no dia 15, às 16 horas, na Sala 5/6 - Mezanino 1

TEATRO DE BONECOS

Espetáculo O Mau Pensamento, com Ângela Escudeiro. Dia 15, às 15 horas, na Sala 2 - Mezanino 1

PROJETO PÉ DE LIVRO

Oficina de Bonecas Abayomi e Contação de Histórias com Elvis Jordam. Dia 23, às 13 horas, na Sala 5/6 -Mezanino 1 

Coleção ganha novos títulos

Série de ensaios biográficos conta a vida de personalidades recentes da história cearense

A coleção Terra Bárbara, série de livros da Editora Dummar que conta a vida de personalidades cearenses, terá dez novos títulos lançados durante a Bienal.

A série narra aspectos menos conhecidos da vida de pessoas que transformaram a história política e cultural do Ceará. Entre os personagens biografados estão o líder religioso Antônio Conselheiro, o cantor e compositor Petrúcio Maia e a ex-vereadora Rosa da Fonseca.

Nascida no início dos anos 2000, a coleção homenageia em seu nome a revolucionária antimonarquista Bárbara de Alencar, avó do escritor José de Alencar.

Ela teve sua história contada pela jornalista Ariadne Araújo em um dos primeiros volumes lançados.

Além dos dez novos títulos, serão apresentadas também durante a Bienal as novas edições dos livros já lançados.

ROSA DA FONSECA
Autor: Érico Firmo

Ex-vereadora de Fortaleza, teve importante participação na luta estudantil nos anos de ditadura militar. Foi presa política e vítima de tortura antes de fundar, em 1973, o grupo Crítica Radical.

NILTO MACIEL
Autor: Raymundo Netto

Escritor e pesquisador, foi um dos fundadores da revista O Saco, em 1976, e editor da revista Literatura por quase duas décadas, entre 1992 e 2008. Ganhou diversos prêmios por livros.

MOACIR LOPES
Autora: Susana Frutuoso

Autor de mais de 20 livros, é mais conhecido por ter escrito A Ostra e o Vento. Apaixonado pelo mar, viajou em navios pelo Uruguai, Paraguai, Argentina, Cuba e Estados Unidos.

EDNARDO
Autor: Wagner Castro

Cantor e compositor cearense, é o autor da canção Pavão Mysteriozo, que já foi regravada por mais de 20 cantores e virou tema da novela Saramandaia, exibida pela TV Globo em 1976.

PETRÚCIO MAIA
Autora: Mona Gadelha

Pianista, compositor, ator, cantor e produtor cultural, Petrúcio Maia foi uma das personalidades mais importantes para a consolidação da música cearense no século XX.

ALDEMIR MARTINS
Autor: Marcos Tardin

Artista plástico nascido em Iganzeiras, no Vale do Cariri, em 1922, retratou em suas obras o homem do Nordeste. Expandiu sua produção e experimentou com gravura, desenho, cerâmica e escultura.

MÁRIO GOMES
Autora: Ethel de Paula

Poeta das praças de Fortaleza, transformou-se em ícone por ser andarilho e pela perspicácia de seus escritos. Dedicou quatro décadas à poesia do cotidiano na Praça do Ferreira.

DONA MOCINHA
Autora: Raphaelle Batista

Grande símbolo do carnaval fortalezense, Dona Mochinha foi dona do tradicional bar que ainda hoje leva seu nome, na rua João Cordeiro, na Praia de Iracema.

THOMAZ POMPEU
Autor: Jáder Santana

Foi responsável pelas principais fotos da mobilização que explodiu em Fortaleza durante a II Guerra Mundial, quando navios brasileiros foram afundados no litoral
do País.

ANTÔNIO CONSELHEIRO
Autor: Audifax Rios

Foi o líder religioso e messiânico que liderou o arraial de Canudos, pequeno vilarejo no interior da Bahia que atraiu milhares de pessoas, em sua maioria levadas por seus ideais contrarrevolucionários e monarquistas. 

Nossas apostas

Elegemos dicas de workshops, livros, palestras e outros eventos da programação da bienal para todos os gostos e estilos de leitores

Músico cearense Fernando Catatau

EXPOSIÇÃO

O Grupo Ascendio promoverá a exposição comentada Mundo mágico de JK Rowling e a literatura fantástica sobre o universo do personagem Harry Potter. A exposição estará aberta sábado, dia 15/4, das 9h30min às 20 horas, nas salas 9 e 10 do Mezanino 2.

PARA LER

O escritor cuiabano Joca Reiners Terron acaba de lançar novo livro pela editora Companhia das Letras. Noite dentro da noite conta a história um garoto que, ao despertar de um coma, vive a sensação de que aquelas pessoas que cuidam dele não são seus pais. A história se desenvolve em um labirinto e ainda inclui espiões, guerrilheiros, caçadores e monstros da natureza.

WORKSHOP

O grupo Fábrica do Mito promoverá o workshop “Processo Criativo de J.R.R.Tolkien”, um estudo sobre as obras de fantasia do escritor britânico. Tolkien é famoso pelas obras O Hobbit e a trilogia e O Senhor dos Anéis.

PALESTRA

Os autores Affonso Romano Sant’Anna e Marina Colasanti estarão em diálogo com o tema “Quantos livros são necessários para contar as histórias de uma vida?” no domingo, 16/4, a partir das 18 horas na Sala 1 - Mezanino 1

DIÁLOGOS

A programação do Café Literário receberá o músico cearense Fernando Catatau para um diálogo com o tema “Ceará-mei-de-mundo”. O evento ocorre no Pavilhão Térreo a partir das 18horas no domingo, 16/4.

PALESTRA

O escritor, ilustrador e podcaster brasileiro Affonso Solano ministrará palestra às 20 horas da segunda-feira, 17, sobre assuntos relacionados a cinema, jogos eletrônicos, revistas em quadrinhos e cultura pop em geral. Solano é autor da série de livros O Espadachim de Carvão.

SABER POPULAR

A programação “Rodas de Saberes com Mestres e Mestras da Cultura” recebe segunda, 17, a partir das 16 horas, a Mestre Dina (vaqueira aboiadora de Canindé), o Mestre Pedro Coelho (vaqueiro aboiador e poeta de Acopiara) e o Mestre Lucas Evangelista (cordelista de Iguatu) para um debate com o tema “A voz é um sentimento; a palavra, sertão”. A mediação é de Rosemberg Cariry.

OFICINA

Crianças e adolescentes poderão participar de Oficinas de Robótica durante a Bienal. Serão duas turmas: uma às 9 horas e outra às 14 horas, no dia 17/4. A oficina ocorre na Sala 7 - Mezanino 2.

ESPETÁCULO

A Companhia Prisma das Artes apresenta o espetáculo infantil As aventuras de João Sortudo. O evento ocorre a partir das 16 horas na segunda-feira, dia 17/4, nas salas 5 e 6 do Mezanino 1

DIÁLOGOS

Os jornalistas e escritores Eliane Brum e Lira Neto dialogam sobre o tema “Toda pessoa constrói uma versão da história a ser contada”. O evento ocorre dia 17, a partir de 20 horas na Sala 1 - Mezanino 2.

MÚSICA
O cantor e compositor David Duarte fará apresentação em voz e violão dentro da programação “Fortaleza Boêmia”. O evento tem início a partir das 19 horas da quarta-feira, dia 19, e ocorre no Pavilhão Térreo.

INFANTIL

As crianças poderão participar de contação de histórias com Silvana Pontes. O livro a ser narrado é Nina e o Dedo Espetado. A partir das 16 horas do dia 22 - Sala 2 - Mezanino 2.

DIÁLOGOS

Ricardo Kelmer, Joan Edesson, Cleudene Aragão e Ricardo Guilherme conversam sobre o cantor e compositor cearense Belchior com o tema “Belchior e o seu canto feito faca”. A partir das 16 horas, dia 19, na Sala 1 - Mezanino 2

PARA LER

O jornalista e crítico literário Sérgio Rodrigues acaba de lançar Viva a língua brasileira, novo livro pela editora Companhia das Letras. Trata-se de coletânea de crônicas publicadas na imprensa nos últimos 15 anos sobre o português falado
no Brasil

DIÁLOGOS

Os escritores Daniel Galera (FOTO) e Joca Reiners Terron estarão em diálogo com o tema “Cada pessoa por si ou ainda há gerações de escritores?”. A partir das 16 horas do domingo, 23/4, na Sala 1 - Mezanino 2

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XII Bienal Internacional do Livro reúne grandes nomes da literatura contemporânea